Com a grande troca de informações e dados pessoais na internet é cada vez mais importante ter medidas que protejam e resguardem as informações dos usuários. Quantas vezes você já teve que preencher seus dados pessoais para se cadastrar em sites na web? E quantas vezes você teve teve um aviso de LGPD?
Além disso, o vazamento de dados nos últimos anos foi um alerta para que o governo tomasse medidas mais eficientes quanto à proteção da privacidade dos usuários na internet.
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), criada em 2018, foi uma iniciativa para os usuários terem mais autonomia sobre o uso de seus dados. Porém, a grande dúvida das empresas e consultores de marketing é como isso afeta na presença digital das marcas.
De acordo com relatório da consultoria de riscos ICTS Protiviti feita em 2019, 84% das empresas não estavam preparadas para aplicar as novas regras. A presença online é construída com o uso constante de dados dos usuários, principalmente nas estratégias de marketing digital.
Seja no site da marca ou até mesmo nas redes sociais como Instagram e Twitter, as empresas utilizam dados e informações dos usuários.
Pensando nisso, separamos algumas informações importantes que irão te ajudar a entender como funciona a nova lei de proteção de dados e de que forma ela irá influenciar na presença digital do seu negócio.
O que é a LGPD?
A Lei Geral de Proteção de Dados foi resultado de um longo processo no Congresso Nacional, pauta de vários debates na sociedade e nas mídias sociais.
Depois da implementação da General Data Protection Regulation (GDPR) na Europa, foi publicada a LGPD no Brasil, em 14 de agosto de 2018. Porém, a LGPD passou por vários processos e adiamentos até realmente entrar em vigor no país e ser utilizada de fato.
Assim, em 18 de setembro de 2020 foi quando ela finalmente entrou em vigência no Brasil.
A LGPD alterna todas as regras que envolvem o uso de dados, armazenamento, compartilhamento ou qualquer outra atividade feita pelas empresas com os dados dos seus usuários.
Com a LGPD, todos os usuários poderão acessar os seus dados fornecidos para qualquer site e empresa e solicitar que eles sejam excluídos, se necessário.
Além disso, é preciso consentimento expresso dos usuários para a utilização de seus dados, o que faz com que as organizações tornem explícitas as informações quanto ao armazenamento dos dados e forneçam avisos.
Sobretudo, é comum entrar em sites atuais e se deparar com solicitações sobre o uso de cookies, no qual o usuário permite ou não aceitá-los. Os cookies permitem que sites salvem informações sobre as suas navegações na internet e isso pode incluir alguns dados pessoais, o que entra nas normas da LGPD.
Além disso, a LGPD permite aos usuários o conhecimento de como será o tratamento dos seus dados fornecidos, de que forma serão utilizados e onde estão sendo utilizados. Tudo isso deverá ser acordado com o usuário, o que transmite mais autonomia na web.
A LGPD também coloca as empresas e organizações como principais responsáveis pelos dados obtidos dos usuários e a proteção deles, inclusive as informações pessoais recebidas via e-mail profissional.
Principais fundamentos da LGPD
A LGPD possui 10 princípios fundamentais, alguns deles influenciam diretamente no marketing e na presença digital das empresas. Sendo assim, a seguir listamos os 7 primeiros e mais importantes.
Princípio da Finalidade: A finalidade do uso dos dados e informações pessoais deve ser informada e explicada de forma compreensível ao usuário.
Essas finalidades devem estar de acordo com a lei acompanhada de informações relevantes, ou seja, todas as informações que a empresa é obrigada a expor aos clientes.
Além disso, a empresa e o site não podem transformar a finalidade durante o processo, nem acrescentar outras finalidades que não foram informadas no início.
Princípio da Adequação: A justificativa da finalidade informada deve estar de acordo com os dados pedidos ao usuário. Por exemplo, caso o seu e-commerce venda roupas e acessórios, não é compatível solicitar informações relacionadas à saúde, pois se torna inadequado.
Princípio da Necessidade: É preciso fazer uma análise inicial de quais dados são realmente necessários para a finalidade da empresa. Nesse tópico, fica evidente que as empresas só poderão utilizar dados realmente importantes para alcançar a finalidade.
Além disso, quanto mais dados solicitados, maiores serão suas responsabilidades com os usuários, até mesmo em casos de invasões e vazamentos de informação. Portanto, solicite o mínimo de dados possível.
Princípio do Livre Acesso: O usuário possui livre acesso para consultar de forma gratuita e com fácil acesso todos os dados que a empresa possui sobre ele e as finalidades de cada um, especificando toda a procedência.
Princípio da qualidade dos dados: As informações e os dados dos usuários obtidos pela empresa devem ser verdadeiros e sempre atualizados. É importante estar atento à precisão e relevância dos dados.
Princípio da Transparência: Esse é um dos mais importantes e que mais influenciam na presença online.
O dono dos dados precisa consentir com o uso de suas informações, ou seja, os usuários precisam estar informados sobre a política de privacidade de forma objetiva e compreensível, para um consentimento livre.
Todas as informações que forem passadas pela empresa devem ser verdadeiras e de fácil entendimento, informando o usuário inclusive se essas informações serão repassadas a terceiros, o que também necessita de consentimento.
LGPD x Presença digital
A LGPD influencia diretamente no marketing digital de todas as empresas, o que resultará também na presença digital de cada uma delas. O marketing digital está diretamente ligado à presença digital das marcas e empresas, pois é essencial na construção e manutenção dessa presença online.
Além disso, é com as estratégias do marketing digital que a sua marca constrói autoridade na web, por meio da utilização de dados e leads de clientes.
Com a LGPD em vigência, é preciso que as empresas aprimorem e adaptem as estratégias de marketing digital para garantir uma presença online mais concreta.
O que antes era um processo muito mais fácil e rápido, agora demanda mais cuidado e uma revisão detalhada para não infringir nenhum princípio da LGPD.
Alinhar as estratégias do marketing digital com os fundamentos da nova lei pode ser um grande desafio para iniciantes no assunto ou empresas que estão começando a construir uma presença online agora.
Em alguns casos, é importante a ajuda de um profissional ou até mesmo contratar consultores de marketing digital online.
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a LGPD não impede que as empresas trabalhem com os dados dos usuários no ambiente digital, muito pelo contrário, é preciso elaborar estratégias mais inteligentes e específicas para garantir os leads e uma boa presença digital.
Nesse novo cenário, a presença online se torna ainda mais importante para as empresas, pois o marketing digital é mais limitado e fica a critério do consumidor decidir se ele quer ou não entregar seus dados.
Caso o uso de dados seja permitido pelo usuário, a presença online se torna ainda mais efetiva e funcional para as marcas.
Como funciona a LGPD na prática
O consentimento por parte dos usuários é a principal mudança prática no ambiente digital e nas estratégias de marketing, pois eles precisam autorizar a coleta e o armazenamento de todos os seus dados pessoais.
Dessa forma, é preciso que as empresas estejam atentas ao informar quais os dados serão coletados e qual a finalidade de uso de cada um deles.
As páginas de contato com o usuário, o uso de cookies, formulários para inscrições em newsletter e principalmente as políticas de privacidade devem se adequar às novas normas LGPD e aos princípios da lei citados anteriormente.
Além disso, dados referentes à origem racial ou étnica, religião, orientação sexual, filiações políticas ou qualquer outra informação considerada sensível, possuem regras específicas que devem ser analisadas com ainda mais cautela pelas empresas.
Outro aspecto importante é se preparar para proteger o seu espaço online de ataques e ameaças, inclusive as informações que vão além do site e passam pelo e-mail profissional e corporativo da sua marca.
O e-mail profissional é um dos elementos que fortalecem a presença online, porém, também é alvo de phishing e roubo de dados com frequência.
Com a LGPD, o cuidado com os dados dos usuários deve ser redobrado, pois a empresa sofrerá consequências caso tenha alguma invasão no e-mail profissional que contenha vazamento de dados pessoais dos clientes.