Uma das maiores apostas no que diz respeito à transparência e eficiência entre instituições financeiras, o Open Finance é uma proposta que permite a personalização e diversificação na prestação de serviços ligados a ativos e renda. 

Partindo do consentimento do cidadão como régua que permitirá até onde as informações pessoais podem ser compartilhadas entre instituições, o Open Finance prevê uma cooperação contínua entre instituições financeiras de todo o país. 

Com o emprego de tecnologia de ponta, o projeto oferece ao usuário a oportunidade de definir, de modo ágil e eficaz, como deseja que suas informações sejam usadas por empresas na hora de adaptar os serviços que lhe serão oferecidos. 

Para além do marketing, o Open Finance gera muitas vantagens para empresas e pessoas, o que se manifesta também no cenário macroeconômico. Confira, nesse artigo, detalhes sobre essa modalidade de coordenação. 

Quem atua no Open Finance? 

O Open Finance é uma extensão do Open Banking, projeto que prevê o compartilhamento de dados entre instituições bancárias, por centrais na nuvem, para reforçar a segurança contra fraudes, auxiliar a dedução de tributos e adaptar serviços ao perfil do cliente. 

Ao considerar o Open Banking, é fácil compreender porque o Open Finance é uma ampliação de seu predecessor. 

Com esse novo sistema, outras instituições financeiras entram no jogo e podem compartilhar dados entre si, desde que autorizados pelo cliente. 

As organizações financeiras que podem ser incluídas nesse novo modelo são das categorias S1 e S2. 

A primeira classificação corresponde aos bancos, enquanto as instituições caracterizadas como S2 são dos tipos: 

  • Corretoras de seguros; 
  • Fundos de investimentos; 
  • Serviços de previdência; 
  • Provedoras de pensões; 
  • Corretoras de ativos financeiros. 

Portanto, o Open Finance estabelece uma rede conectada de serviços financeiros com impacto direto sobre a oferta de crédito, o financiamento a empresas e indivíduos, a promoção de benefícios sociais e liquidez no orçamento privado. 

Quais informações serão compartilhadas?

Os dados compartilhados entre os clientes se iniciam com informações cadastrais, como nome, endereço, escolaridade, idade e sexo, assim como formas de contato como e-mail, telefone ou site cadastrado em qualquer das plataformas inseridas no programa. 

Outros tipos de dados que serão transferidos entre instituições são o perfil de consumo, o tipo de compra, a renda do usuário, a capacidade de consumo e informações bancárias ligadas à conta corrente e outros valores. 

Por fim, as informações ligadas ao crédito também serão cedidas no Open Finance, como em uma empresa de consultoria contábil

São elas a captura e pagamento de financiamentos, empréstimos, títulos de renda fixa ou variável, entre outros.

O que o Open Finance tem a oferecer?

O Open Finance promete vários benefícios para as instituições que participarem do projeto, como também para os indivíduos que são alvos e donos das informações que serão compartilhadas. Suas vantagens são:

Crédito e ofertas personalizadas

Ao liberar o acesso de dados do usuário para diferentes instituições, as empresas voltadas para a comercialização de bens duráveis, como imóveis ou revisão de carros, ou de ativos, recursos para a liquidez das famílias, podem adaptar ofertas ao cidadão. 

Isso inclui a criação de novos pacotes de produtos, liberação mais rápida de crédito e soluções que se aproximam da realidade de indivíduos e organizações, melhorando o trânsito de bens e serviços. 

Para as instituições financeiras, essa mudança significa uma oportunidade valiosa de conhecer os hábitos de consumo da população, conscientizando-se de suas necessidades. 

Aos clientes, é um incentivo ao aprofundamento da educação financeira familiar. 

Maior controle de dados nas mãos do cidadão

O Open Finance conta com uma estrutura que garante o compartilhamento de dados que dizem respeito ao uso pelas instituições cadastradas, qual é a organização atuante e quais são as informações pessoais cedidas para uma empresa de cobrança condominial

Assim, o usuário encontra uma plataforma exclusiva para a escolha de quais dados podem ser compartilhados. 

O cidadão pode suspender a autorização de qualquer parte, no momento em que desejar, sem complicações adicionais. 

O processo acontece via internet, através da instalação de APIs integradas nos canais de atendimento dessas instituições. 

Sigla para (Application Protocol Interface), trata-se de uma interface de programação que se comunica e reúne produtos distintos, de marcas distintas. 

Com o avanço do Internet Banking, essas estruturas são de fácil instalação, agilizando o processo de inserção do Open Finance na realidade de milhões de clientes em território nacional. Ao digitalizar a comunicação, o usuário ganha em performance e tempo. 

Redução da inadimplência 

A inadimplência é um problema que atinge quase 64 milhões de habitantes, o que corresponde a mais de R$250 bilhões em dívidas. 

Esse montante em dívidas exerce uma pressão prejudicial sobre a macroeconomia nacional. 

Uma população endividada é um mercado consumidor com estrangulado poder de compra, o que desincentiva o surgimento de novas empresas e prejudica as perspectivas de crescimento daquelas já existentes, desacelerando o fluxo comercial interno. 

Com efeitos devastadores sobre a própria capacidade empresarial de honrar seus acordos, a inadimplência provoca um efeito em cadeia que danifica as relações de confiança entre instituições financeiras nacionais e internacionais, junto aos negócios e indivíduos. 

O impacto disso se manifesta, por fim, no acesso ao crédito, fundamental para a força motriz econômica. 

As razões para as altas taxas de inadimplência estão na falta de planejamento financeiro e na oferta de soluções incompatíveis. 

A personalização de serviços financeiros vai exercer maior controle sobre os inadimplentes e maiores liberdades para aqueles com bom histórico. 

Para o primeiro grupo, contudo, se multiplicarão as opções de renegociação com um escritório virtual de advocacia

Eficiência nas transações financeiras

O Open Finance é uma ação que se move na direção de uma maior maturidade digital corporativa e familiar, uma vez que atuam na esfera comercial e doméstica. 

O compartilhamento de informações e o contato com o cliente dependem da rede. 

A rede mundial de computadores já se mostra eficaz na realização de transferências de recursos entre instituições.

O Open Finance consolida e lança diretrizes que aumentam a proteção de dados e reforçam a infraestrutura desses canais. 

O resultado são informações bancárias acessíveis, rapidez na execução de comandos e sincronização instantâneas de atualizações. Com isso, ações de compliance empresariais melhoram sua capacidade e extensão. 

Transparência nas relações entre cliente e instituição 

Por demonstrar, em tempo real, como as informações compartilhadas são usadas por cada instituição, o Open Finance abre um canal inédito de relacionamento entre cliente e organizações financeiras, com um nível de transparência jamais visto. 

O usuário não mais dependerá de contratos complexos e cláusulas obscuras para compreender o que é feito com seus dados. 

Na praticidade de um smartphone, o cliente conta com uma interface intuitiva que exibe todo o seu score financeiro. 

Portanto, o que um indivíduo experimenta em termos de liberdade financeira são aumentados com os recursos de Open Finance, o que conscientiza as empresas quanto a importância de um diálogo aberto e honesto com seus clientes. 

A longo prazo, o Open Finance diminui o índice de insatisfação do consumidor contra organizações bancárias ou quaisquer grupos financeiros que fazem parte deste sistema. 

Adequação à Lei Geral de Proteção de Dados

A Lei Geral de Proteção de Dados, constantemente referida como LGPD, foi sancionada em agosto de 2018 e lança as bases para a manipulação de informações pessoais por empresas ou quaisquer instituições que trabalhem com bancos de dados. 

Uma empresa de zeladoria e portaria pode enquadrar-se nesta lei. De acordo com a LGPD, os princípios que baseiam a segurança de dados podem ser listados em oito itens mencionados já no início do documento. 

São eles: 

  • O respeito à privacidade; 
  • A autonomia informativa; 
  • A liberdade de expressão, de informação e comunicação; 
  • A proteção à honra, à intimidade e à imagem; 
  • A inovação tecnológica e econômica; 
  • A livre iniciativa e concorrência; 
  • A proteção aos direitos do consumidor; 
  • Os direitos humanos e o exercício da cidadania.  

Com base nesses fundamentos, a Lei Geral de Proteção de Dados entende que a segurança da informação legisla sobre a autenticidade, confidencialidade e integridade dos dados recolhidos e tratados nas bases de empresas de locação ônibus, por exemplo. 

Portanto, as informações consideradas sensíveis, ou seja, aquelas que podem ser usadas para expor ou limitar as liberdades individuais de um cidadão, devem receber tratamento especial que garanta todos os princípios que regem a segurança de dados. 

Informações bancárias constam entre as categorias de dados sensíveis e por isso, todas as empresas incluídas em sistemas de Open Finance devem investir em métodos seguros, testáveis e invioláveis de proteção, prevenindo falhas orgânicas ou causadas por ataques. 

Isso garante uma segurança inédita aos dados do cidadão, que pode incluir-se na prática com o aval jurídico, podendo proteger-se em caso de fraudes ou irregularidades que lhe gerem dolo financeiro, social ou moral. 

Conclusão

Portanto, o Open Finance faz parte de uma série de inovações financeiras sancionadas pelo Banco Central, com o objetivo de facilitar o acesso a produtos financeiros, incentivar o livre comércio e trazer efetividade a um setor tão decisivo para a economia. 

Com as diretrizes estipuladas pelo sistema, sob a proteção das leis nacionais, o projeto promete uma série de benefícios para empresas e famílias, combatendo a estagnação e incentivando a inovação em todas as áreas. 

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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