Leonel Andrade, CEO da CVC, foi um dos destaques da 6ª edição do evento “Quando os Presidentes se Encontram”, organizado pela Gouvêa Ecosystem. O evento 100% digital, que ocorreu em 27 de outubro, reuniu mais de 50 CEOs de varejistas brasileiras e proporcionou o debate sobre cibersegurança e proteção de dados com foco no segmento de consumo e varejo.
Em sua apresentação, o executivo trouxe à reflexão dos participantes as principais lições aprendidas após um ataque hacker sofrido pela CVC Brasil, no início de outubro. Segundo o executivo, as ofensivas cibernéticas estão além da área de TI, tendo implicações em diversos setores do negócio. Desse modo, é fundamental ter boas práticas de segurança como guia de sobrevivência ao problema.
Apesar de o incidente estar resolvido do ponto de vista operacional, Leonel Andrade afirmou que as investigações ainda estão em curso. Assim, não foram informados detalhes do ataque ou das providências tomadas. Contudo, o executivo tocou em diversos pontos que devem ser levados em conta envolvendo um ataque cibernético. Entre os principais estão a utilização da comunicação institucional (evitando as redes sociais e sem mensagens muito personalizadas, pois não se sabe com quem se está lidando ou que informações o atacante conseguiu no primeiro momento); contatar a auditoria contábil desde o primeiro momento do ataque; envolver ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados – mesmo que se tenha 100% de certeza de que não houve roubo de dados ou acessos indevidos; e saber que são os assessores e as pessoas técnicas, ou não, que irão ajudar no momento de crise.
Por fim, Leonel Andrade destacou que, por mais protegida que uma empresa esteja, ela não é imune a ataques. Por isso, o processo de monitoria é fundamental. “É a sua capacidade de, muito rapidamente, não importa em que momento, reconhecer que está sendo atacado. Isso é fundamental. O mais importante é quem tem a decisão, se isso está bem claro e se alguém na empresa tem as alçadas para tomar a decisão de desligar, bloquear, fechar, chame do que for. O maior problema é a dúvida, e a cada pergunta são milhões de dados perdidos e a taxa de sucesso do atacante aumenta substancialmente”, ressaltou o CEO.
Aspectos da segurança digital
O debate entre os CEOs varejistas ganhou profundidade com a abordagem de fatos relevantes da segurança digital como os impactos da LGPD no consumo e no varejo e o panorama da cibersegurança no setor internacional. Os tópicos foram destaque do painel “Como garantir segurança e evitar fraudes em operações online”, conduzido pelos executivos Abian Laginestra (Head de Segurança da Informação da Aliansce Sonae) e Paulo Baldner (Head Of Cyber Security da OLX).
Além disso, os executivos Waldemar Gonçalves (Diretor-Presidente da ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados) e Marcelo Mayorga (Vice-Presidente de Engenharia da América Latina na Fortinet), apresentaram ainda novas estratégias e ações para tornar as operações digitais mais protegidas e confiáveis aos consumidores.
Ao término do encontro, Marcos Gouvêa de Souza, fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem, destacou que o histórico dos diversos episódios recentes envolvendo cibersegurança mostra que o tema precisa ser priorizado e tratado com responsabilidade.